Somos seres inteligentes?

Estamos acabando com nosso planeta. Quando se começa a observar a perda de paciência da mãe natureza com nossa sistemática mania de degradação do nosso habitat, é natural que comecem a aparecer algumas rugas na testa de preocupação e, por que não dizer, de medo do futuro.

Os proponentes da teoria Gaya tem sua dose de razão quando comparam o planeta a um organismo vivo que, como qualquer outro, se defende de agressões externas criando seus próprios anticorpos contra o agressor. E o agressor somos nós. Desde que surgimos na superfície deste Edem, o que temos feito mais se não degradar, destruir, desequilibrar aquilo que o GADU criou nos sete dias simbólicos mencionados logo no início do livro de Gêneses?

Ainda hoje pela manhã ao caminhar pela praia e notar a fúria com que o oceano se debatia contra a agressão que sofreu com as tempestades dos últimos dias pude ter uma pequena idéia do tamanho desta força. O azul esverdeado da alegria deu lugar a um marrom escuro carrancudo e a placidez das marolas foi substituída pela agressividade das ondas mais altas que quebravam ruidosas e furiosas como que a recomendar um prudente afastamento. Os cadáveres de pequenos peixes lançados na areia davam uma noção da medida da ira do gigante.

Não adianta buscar desculpas esfarrapadas: estamos começando a colher aquilo que vimos plantando ao longo dos anos, dos séculos, dos milênios. A dúvida é: qual será a geração que pagará a maior parcela desta conta? A nossa? A de nossos filhos? A de nossos netos?

A história tem mostrado que a natureza aceita pedidos de desculpa e boas mudanças de atitude quando existe sinceridade de propósitos e, por isso, tenho de acreditar que ainda há tempo para nossa reconciliação amigável.

Basta demonstrar que fazemos jus ao epíteto que criamos para nós mesmos: seres inteligentes. (Será?) Mas precisa ser sem demora antes que a paciência do credor se esgote e, mais uma vez sintamos na pele, na carne, que chegamos tarde demais.

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