Hino Nacional Brasileiro

Peraí!!! Precisamos mudar de hino, minha gente.

Cadê o brado retumbante de um povo heróico? Que povo heróico é este que assiste impassível aos desmandos e barbaridades perpetradas por seus representantes? Alguém tem ouvido este brado? Se ouviram preciso procurar urgentemente um otorrinolaringologista e me submeter a um exame audiométrico pois devo estar completamente surdo. Não ouço nada. Percebo apenas acomodação, descaso, passividade, submissão e um sonoro “tô nem aí pra carne sêca”.

Cadê os raios fúlgidos do sol da liberdade? Que liberdade? Liberdade de imprensa amordaçada e patrocinada? Liberdade de ir e vir com o despropositado crescimento da marginalidade? Liberdade de escolha com a eliminação sumária das alternativas? Os raios fúlgidos, coitados, andam desbotados, encobertos, sem brilho, escondidos ou impedidos de aparecer.

Cadê o brilho no sol da pátria neste instante em que vivemos por aqui? Que sol, de que pátria? As nuvens da hipocrisia, da impunidade, da cara-de-pau, do deboche, empanam a desvaída face da pátria e eliminam qualquer possibilidade de brilho. Esse instante é de pura tristeza, estupefação, desalento, impotência, descrença e injustiça.

Me mostrem o penhor dessa hipotética igualdade onde possa estar. Que maldita igualdade é esta que privilegia condenados em detrimento da própria justiça? Que valoriza mais um réu confesso do que um trabalhador cumpridor de seus deveres? Que estabelece o valor de ajuda financeira a um presidiário maior do que o salário de quem trabalha de sol a sol? Que prioriza a realização de infra estrutura em outros países em lugar da nossa própria ainda inexistente? Cadê a igualdade? Cadê? Cadê?

Cadê o seio da proclamada liberdade? Pobre seio desnudo e maculado, cheio de chagas, sem direitos consistentes e cheio de deveres injustos e escusos. Nossa liberdade foi acometida de câncer em seu seio e estamos em pleno processo de quimioterapia para tentar, primeiro, salvar o seio e depois tentar salvar a vida.

O melhor a fazer é mesmo parar esta análise na primeira estrofe de nosso hino  para não deixar este espaço impregnado de energia ruim. Devemos pensar que tenhamos chegado ao fundo definitivo do poço e que, daqui para a frente a única alternativa de caminho seja para cima, para o alto, para a realização dos sonhos, para o estabelecimento da justiça, para a premiação dos justos e a condenação exemplar dos desviados, para o início de uma nova nação digna de seu hino a ponto de voltar a ser um gigante pela própria natureza.

Não podemos deixar que tudo se resuma pura e tão somente em oferecer o desafio de nosso peito à própria morte.

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