O período histórico que vivemos não permite omissão a quem não quer um julgamento desconfortável de sua biografia. Assim cá estou eu prestando minha obrigação como cidadão e pai. Meu foco é discutir o significado da palavra autoridade.
Em primeiro lugar há duas formas distintas de autoridade, a saber: aquela obtida por concessão, outorga, herança, etc e aquela obtida por merecimento, reconhecimento e senso comum. No primeiro caso, o beneficiado, apenas depois de assumir, precisa provar o merecimento através de atos, atitudes e procedimentos para obter o reconhecimento de quem estiver sujeito à sua esfera de atuação enquanto que a outra forma de autoridade consensual, legítima e verdadeira é incontestável e inquestionável.
A primeira forma de autoridade não pertence ao cidadão investido de seus poderes mas do cargo que ocupa, durante o período que o exerce. Cumprido seu turno, o ocupante perde as benesses da posição e retorna a seu lugar na platéia diferentemente da autoridade conquistada, que é vitalícia enquanto o cidadão que a usa mantiver a robustez da retidão de conduta.
Hoje, no nosso querido Brasil, vivemos uma época onde pululam autoridades exercidas por ocupantes que não a conquistaram mas a adquiriram pelas mais diversas formas e, lamentavelmente, muitas delas não merecem ou não estão adequadamente preparadas para exercê-la. O resultado evidente é o caos.
Falamos em Brasil por vivermos aqui e amarmos este lindo e adorável gigante pela própria natureza mas este fenômeno acontece em muitos outros lugares espalhados pelo nosso judiado planetinha azul. Acumulam-se casos de improbidades cometidos por detentores de alguma autoridade pelo mundo afora.
O pior é que autoridade sem caráter e sem critério acaba gerando um clima de impunidade capaz de gerar castas de aproveitadores com a proliferação geométrica de todas as formas de corrupção. Aqueles que conseguem se acastelar em posição privilegiada na pirâmide social, usam e abusam do momentâneo poder e tratam de encher a própria burra, sem medir consequências, para garantir a sobrevivência nanabesca e improdutiva de várias gerações de descendentes.
Voltando ao nosso Brasil, esperamos que aqueles que herdaram suas autoridades e fazem parte da história atual deste país, as exerçam de maneira digna e se lembrem que a cobrança por justiça virá não só da população atual massacrada e desrespeitada mas de todo o futuro que está sendo escrito agora. Que cada um tenha, ao menos, respeito pela própria biografia e aja de maneira reta e honesta para não se tornar destaque negativo neste lamaçal histórico que estamos vivendo.
Todos nós temos o direito de reivindicar a possibilidade de voltar a ter orgulho de ter nascido aqui e não precisar morrer de vergonha por pertencer a um povo cada vez mais comentado lá fora por sua fraqueza de caráter e omissão diante de fatos tão graves.
Precisamos buscar força interior para lutar por novos ideais e tentar fazer parte da geração que tenha se erguido para dizer: Chega de corrupção, Chega de jeitinho, Chega de impunidade, Chega de injustiça, Chega de urna eletrônica, Chega de apadrinhamento, Chega de incompetência.