Fio de bigode ou vergonha na cara?

Dicionário deveria ser algo de que se pudesse valer para conhecer o significado de palavras se essas, por sua vez, não mudassem de significado ao longo do tempo. Acham que não?

O que dizer da palavra patriotismo? Estado de espírito de quem sente amor à pátria? Será mesmo? Será o mesmo sentimento de um jovem que se alista no exército em tempo de guerra e o de outro jovem que se filia a um partido político para buscar um futuro financeiramente promissor sem a necessidade de se arrebentar de trabalhar de sol a sol durante toda sua existência terrena?

Será que, depois dos exemplos escabrosos que proliferam diariamente, o termo já esteja até se tornando piegas?

Talvez, o termo esteja em fase de mudança de significado e possa estar mais próximo de patriotada, quem sabe?

O que andam fazendo com nossa desgovernada pátria é algo que nos enche de saudade do tempo em que havia em uso algo chamado, então, de vergonha na cara. Cadê ela? Sumiu, rareou, escafedeu-se, pirilitou-se, desapareceu. É preciso reencontrá-la urgentemente. É preciso acreditar que ainda não se trata de algo extinto.

Antes do tempo da vergonha na cara existiu também o famoso fio de bigode, que era algo que valia mais do que qualquer papel assinado e registrado em cartório. Ah, que saudade danada.

Por que será que essas atitudes nobres estão desaparecendo tão rapidamente como a fauna e a flora? Qual será a causa maior deste avassalador processo de extinção? Uns acreditam que seja o crescimento desordenado da epidemia de impunidade. Outros acham que tudo não passa de uma simples coincidência e que, em breve, tudo voltará a entrar nos eixos. Em que acreditar? Onde apostar nossas fichas? O que esperar do futuro?

Dizem que vivemos em uma república mas, sabe-se também que este regime de governo pressupõe a independência dos três poderes mas não é isso que se vê por aqui neste lindo e verdadeiro  continente chamado Brasil. Jamais se viu tamanha interdependência dos poderes. Membros da suprema corte  da justiça que chegam ao posto sem jamais ter sido aprovado em qualquer concurso público, legisladores das mais altas câmaras que se elegem mesmo sendo réus de processos de corrupção e executivos que chegam ao poder através de maquininhas de votação que não foram aprovadas em nenhuma outra parte do mundo por sua evidente e flagrante devassibilidade e manipulabilidade. Que piada de péssimo gosto.

Que povo somos nós? Vemos tudo sendo feito de baixo de nossos narizes e fazemos de conta que não é conosco. Meu Deus!!!

Por que nossas leis não são iguais para todos? Por que o salário de quem trabalha duro e honestamente é menor do que a ajuda a um condenado por crime hediondo? Por que um criminoso ladrão de milhões é beneficiado pela devolução de um pequeno percentual de sua pilhagem em troca de algumas informações de seu cartel de falcatruas? Não deve ser por acaso que devolvem alguns de seus milhões com um enorme sorriso estampado em suas bochechas reluzentes, resultado da boa vida levada a custo do trabalho de milhares de tantos outros bem intencionados. E tudo continua no maior cinismo.

Há esperança? Temos de acreditar que sim. Precisamos acreditar que sim. É indispensável que mantenhamos nossa fé para que possamos morrer com a crença de estar deixando um futuro melhor para nossos filhos em lugar deste descalabro existente hoje.

Enquanto isso continuemos a fazer a nossa parte, pregando os valores morais que insistem em deteriorar e falando alto, berrando, gritando em prol da volta triunfante da vergonha nacara e no fio de bigode.

Amém.

ANO NOVO…………VIDA NOVA?

Mensalão, Petrobrás, Metrô, Prefeituras, Estados, Ministérios, Juízes, Polícia e, agora, até a FAB? Cadê esse fundo de poço que não chega?

Será que sobrou alguma instituição brasileira isenta de mácula?

A partir do momento que o cidadão perde a confiança nos seus líderes, na polícia e na justiça vai buscar socorro onde, com quem, em que lugar?

Dizem que a culpa é nossa por não sabermos votar e sermos os responsáveis pela “qualidade” das autoridades que escolhemos “democraticamente” a cada dois anos. Seria verdade se esta escolha não fosse feita através de um processo eleitoral eletrônico manipulável, programável e não aceito em nenhuma outra parte do mundo.

Nossas cadeias estão cheias de meliantezinhos de quinta categoria, de menores infratores, prostitutas e diversos outros tipos de pobres mas os verdadeiros criminosos tripudiam dos que ainda tem um resto de vergonha na cara e podem ser vistos sorrindo e desfrutando de todo o conforto, seguros e encastelados neste paraíso terrestre da impunidade.

Somos levados a ter alguma esperança quando vemos abrir todos os dias novas frentes de investigação de irregularidades mas quando veremos algum destes processos serem concluídos e executados pra valer?

Criminosos poderosos condenados a dezenas de anos de reclusão não cumprem mais do que poucos meses em condições especialíssimas, cheias de conforto e mordomia para serem, rapidamente, colocados em liberdade enquanto o raro exemplar de juiz responsável por suas condenações é afastado e impedido de renovar seu registro profissional.

O mundo está estarrecido com as notícias que saem daqui.

Somos a maior fonte de piada deste planetinha tão maltratado pela única espécie animal considerada inteligente e civilizada.

Quem somos nós? Quem sou eu? Quem é você? O que será de nós? Quando será o fim deste pesadelo? Haverá um fim? Que será de nossos filhos e netos?

Vivemos no país mais rico que existe já que suporta este volume de sangria financeira e vai se mantendo vivo e tropeçando pela história empurrando a solução com a barriga para algum herói do futuro resolver. Até quando?

Para continuar vivendo é preciso acreditar que o fundo do poço esteja próximo e que, a qualquer momento, iniciaremos a decolagem para novos tempos. Tempos de honestidade, de segurança, de tranquilidade, de progresso, de respeito, de saúde e de paz. Paz, muita paz.

Muitos de nós já viveu assim, aqui mesmo neste mesmo chão gigante pela própria natureza e sentimos que podemos e merecemos viver novamente.

A torcida é por tempo para ver e usufruir deste novo patamar de nossa história.

Ah, que vontade de ser testemunha deste capítulo atingido sem violência, sem sangue, com justiça e serenidade.

Que Deus nos ajude.

 

Hino Nacional Brasileiro

Peraí!!! Precisamos mudar de hino, minha gente.

Cadê o brado retumbante de um povo heróico? Que povo heróico é este que assiste impassível aos desmandos e barbaridades perpetradas por seus representantes? Alguém tem ouvido este brado? Se ouviram preciso procurar urgentemente um otorrinolaringologista e me submeter a um exame audiométrico pois devo estar completamente surdo. Não ouço nada. Percebo apenas acomodação, descaso, passividade, submissão e um sonoro “tô nem aí pra carne sêca”.

Cadê os raios fúlgidos do sol da liberdade? Que liberdade? Liberdade de imprensa amordaçada e patrocinada? Liberdade de ir e vir com o despropositado crescimento da marginalidade? Liberdade de escolha com a eliminação sumária das alternativas? Os raios fúlgidos, coitados, andam desbotados, encobertos, sem brilho, escondidos ou impedidos de aparecer.

Cadê o brilho no sol da pátria neste instante em que vivemos por aqui? Que sol, de que pátria? As nuvens da hipocrisia, da impunidade, da cara-de-pau, do deboche, empanam a desvaída face da pátria e eliminam qualquer possibilidade de brilho. Esse instante é de pura tristeza, estupefação, desalento, impotência, descrença e injustiça.

Me mostrem o penhor dessa hipotética igualdade onde possa estar. Que maldita igualdade é esta que privilegia condenados em detrimento da própria justiça? Que valoriza mais um réu confesso do que um trabalhador cumpridor de seus deveres? Que estabelece o valor de ajuda financeira a um presidiário maior do que o salário de quem trabalha de sol a sol? Que prioriza a realização de infra estrutura em outros países em lugar da nossa própria ainda inexistente? Cadê a igualdade? Cadê? Cadê?

Cadê o seio da proclamada liberdade? Pobre seio desnudo e maculado, cheio de chagas, sem direitos consistentes e cheio de deveres injustos e escusos. Nossa liberdade foi acometida de câncer em seu seio e estamos em pleno processo de quimioterapia para tentar, primeiro, salvar o seio e depois tentar salvar a vida.

O melhor a fazer é mesmo parar esta análise na primeira estrofe de nosso hino  para não deixar este espaço impregnado de energia ruim. Devemos pensar que tenhamos chegado ao fundo definitivo do poço e que, daqui para a frente a única alternativa de caminho seja para cima, para o alto, para a realização dos sonhos, para o estabelecimento da justiça, para a premiação dos justos e a condenação exemplar dos desviados, para o início de uma nova nação digna de seu hino a ponto de voltar a ser um gigante pela própria natureza.

Não podemos deixar que tudo se resuma pura e tão somente em oferecer o desafio de nosso peito à própria morte.

Saudade não mata. Mata?

Amigos leitores e seguidores fiéis estou preocupado, aliás, muitíssimo preocupado.

Meu primeiro mês de aulas como universitário foi o de março de 1964 e todos sabemos o que aconteceu no final daquele mês. Até hoje carrego a marca de uma estocada violenta que recebi no estômago, dada por um despreparado soldado com sua metralhadora portátil apenas para me punir pelo crime de estar na rua após poucos minutos do encerramento do toque de recolher e voltando acelerado para casa e isso é apenas o começo da conversa.

Minha preocupação é que o clima reinante no país naquela ocasião era muito menos tenso do que o que vivemos agora e, para mim, o mau cheiro está no ar. Nunca se viu neste país tanta desordem, tanta corrupção, tanto enriquecimento ilícito, tanto cinismo e tanta impunidade.

Imaginem o tamanho da riqueza deste país que insiste em permanecer de pé apesar de tanta sangria que lhe fazem em suas finanças. Imaginem o que poderíamos ser se este mega volume de dinheiro estivesse sendo, minimamente usado para o que foi produzido, ou seja, para o bem estar do seu povo e de suas instituições. O uso honesto desta dinheirama toda nos colocaria no pódio das nações mais poderosas e influentes do mundo mas vejamos bem onde fomos parar. Na lanterna, na rabeira, no fim da fila.

O mundo todo fica indignado em ver proliferar e se multiplicar os casos de roubos espetaculares e a nossa completa falta de reação. Todos sabemos, sem ingenuidade, que a corrupção grassa pelo mundo e existe em todos os países deste nosso maltratado planetinha mas nestas nossas proporções jamais se viu em tempo algum e lugar nenhum. As pessoas que escolhemos para conduzir nossos destinos demonstram estar empenhados apenas com seus próprios destinos. Multiplicam-se as quadrilhas e aumentam geometricamente as quantidades de bilhões a cada novo caso e surgem diversos diariamente. Faltam palavras no dicionário para batizar as operações de investigação das fraudes e, mesmo assim, nossas autoridades nunca sabem de nada. Santa ignorância, santa inocência, santa hipocrisia, santa cara-de-pau.

Apesar de todos os especialistas consultados serem unânimes em manifestar a vulnerabilidade de nosso sistema eletrônico de votação, ele continua sendo utilizado por aqui, legalizando este jogo injusto e indecente de cartas marcadas. Notaram a calma da candidata à reeleição às vésperas do desfecho final em relação ao candidato oposicionista? Notaram que no primeiro turno não se esperou pela apuração no Acre para se noticiar os resultados parciais? Notaram que países mais desenvolvidos não usam a votação eletrônica  por sua óbvia manipulabilidade? Mas não se assustem pois isto não está acontecendo agora, acontece desde a inauguração deste modelo que permite ao poderoso da vez escolher seu sucessor e tripudiar sobre nossa credulidade infantil. Até quando?

Tenho saudade do valor que havia em alguém ser patriota, do hasteamento da bandeira e o canto do hino nacional antes do começo de cada dia de aula, do orgulho pela cidadania, da postura altiva e respeitada de nossos militares, do respeito pela autoridade, da naturalidade em ser honesto, do repúdio pelas injustiças. Onde foram parar nossos valores?

Ainda bem que saudade não mata.  Ou mata?

 

Continuando o papo.

Começo informando que o texto de hoje não é totalmente meu. Encontrei-o apócrifo no Facebook, concordei com ele e decidi acrescentar alguns pitacos pessoais.

É isso ai. Meninos jogadores da Seleção Brasileira, vocês são apenas o reflexo da situação do país. Não chorem mais!. Levantem a cabeça, absorvam o ensinamento e lutem! É preciso coragem para crescer.

Isso representa mais que um simples jogo! Representa a vitória da competência sobre a malandragem! Serve de exemplo para gerações de crianças que saberão que pra vencer na vida tem-se que ralar, treinar, estudar! É preciso tomar consciência de que é preciso acabar com essa história de jeitinho malandro do brasileiro, que ganha jogo com seu gingado, ganha dinheiro sem ser suado, vira presidente sem ter estudado! O grande legado desta copa é o exemplo para gerações do futuro! Que um país é feito por uma população honesta, trabalhadora, e não por uma população transformada em parasita por um governo que ensina e estimula a receber o alimento na boca e não a lutar para obtê-lo!

A Alemanha ganha com maestria e merecimento! Que nos sirva de lição! Pátria amada Brasil tem que ser amada todos os dias, no nosso trabalho, no nosso estudo, na nossa honestidade! Amar a pátria em um jogo de futebol e no outro dia roubar o país num ato de corrupção, seja ele qual for, furando uma fila, sonegando impostos, matando, roubando! Que amor à pátria é este?

Já chega!!! O Brasil cansou de ser traído por seu próprio povo! Que sirva de lição para que nos agigantemos para construirmos um país melhor! Inicialmente, vamos tratar de aproveitar as eleições deste ano e ESCOLHER o melhor possível aqueles que irão ocupar cargos públicos e COBRAR resultados e conduta. Vamos cobrar atitudes e consciência de todos os quatro poderes que determinam os caminhos a serem seguidos: Executivo, Legislativo, Judiciário e Imprensa. É preciso competência, honestidade, coerência, dignidade e inteligência para ocupar qualquer cargo de qualquer um destes poderes e estamos carentes de bons ocupantes em TODOS ELES. Exigir e não só ficar “deitado eternamente em berço esplêndido”.

Vamos educar nossos filhos pra uma geração de vergonha! Uma verdadeira nação que possa se orgulhar de seu povo, e não só de seu futebol!

Um microfone mal utilizado causa muito malefício ao povo e ao país se usado em um palácio presidencial, uma assembléia legislativa de qualquer nível, um tribunal ou uma emissora de rádio ou televisão.

O resultado da partida não foi nenhuma tragédia mas, pura e tão somente, um mero registro estatístico que pode e ser usado para reflexões, análises e decisões que permitam alterar o futuro de milhões de brasileiros para melhor e mais justo.

O mundo não acabou por causa de um mau resultado esportivo, aliás, pode exatamente estar começando a verdadeira reconstrução deste nosso Gigante Pela Própria Natureza.

Obrigado Meninos de nossa seleção. Vocês podem ter iniciado a verdadeira partida que pode estar nos levando ao nosso verdadeiro lugar na história, o lugar que fazemos jus e que nossos líderes teimam em não nos conduzir até ele. Por este prisma, o resultado poderia ter sido até 14×0 sem nenhuma alteração no alcance final.

Acorda Brasil!