68 aninhos bem vividos é o que acabo de completar.
Experiências mil. Milhares de lições bem aproveitadas e milhões de outras desperdiçadas. Muita coisa aprendida e alguma coisa ensinada. Muita gente conhecida e pouquíssima gente amiga. Muitos exemplos a serem seguidos e muitos outros a serem evitados. Muitas decepções e algum reconhecimento. Muito tempo de trabalho e mais algum tempo ainda a ser trabalhado. Talentos usufruídos e talentos natimortos. Sucessos esporádicos alternados com fracassos superados.
Pessoas atentas passam pela vida e vão amealhando experiências de toda natureza. Lamentavelmente estas experiências não têm como ser compartilhadas e, assim, o amálgama final que compõe a personalidade e a maturidade é o resultado do plantio e da colheita de cada um. São dados individuais e personalizados. O apaixonante desta equação é que, como os cérebros, as criações e os ambientes são diferentes para cada pessoa, experiências semelhantes podem resultar, e resultam, seres humanos completamente diferentes.
O bicho gente, auto-intitulado inteligente, se julga capaz, e no direito, de julgar a tudo e a todos mas não admite ser julgado por ninguém; se julga dono da verdade mas não aceita contestação; acredita ter a solução de todos os problemas mas não consegue resolver os seus; profere palavras saborosas mas comete atos fedorentos; se julga inteligente mas é o único responsável pela destruição do planeta.
68 anos de vida já permitem um bom balanço de custos e benefícios.
Nesta altura já se pode vislumbrar uma rota menos acidentada e uma análise mais isenta sobre o que continuar a fazer e o que evitar.
Nesta altura da vida já se consegue desenvolver um feeling sobre o que ouvir com atenção e o que ignorar solenemente.
Nesta altura da vida já se consegue avaliar com mais isenção os erros e acertos.
Nesta altura da vida já é possível perceber os sinais que levam para o alto e os que levam para o abismo.
Nesta altura da vida já se desenvolveu a sabedoria capaz de determinar os nomes dos que merecem estar na nossa agenda.
68 anos, ponto onde se tem consciência de ter vivido mais do resta viver mas ainda com alguns pontos percentuais da distante juventude que permitem desfrutar melhor da beleza e da grandiosidade de cada segundo de vida.
Ah! Como está sendo maravilhoso completar esta idade. Convido a todos para compartilhar.