Política ou religião?

Há dois temas que eu sempre procurei evitar sua abordagem, neste espaço, por sua complexidade e, também, pelo radicalismo eventual que suscitam: política e religião. Entretanto a política tem tomado rumos tão desconcertantes em nosso país que se torna impossível ficar impassível e omisso.

É incrível o aparelhamento criado para colocar todos os poderes do regime democrático sob o comando absoluto do executivo que, assim, se torna onipotente e à margem da lei, esta válida apenas para os menos favorecidos.

A estes menos favorecidos ficaria sua esperança de segurança e  justiça restritas aos serviços da polícia e do judiciário. Mas que segurança e esperança podem oferecer algumas polícias contaminadas pela presença de membros vinculados a organizações criminosas e um judiciário com membros guindados ao cargo por indicação do executivo e não por competência e notório saber? Judiciário que destrói o trabalho eficiente da boa polícia libertando os marginais capturados e desmotivando aqueles que arriscam a própria vida, diariamente, na tentativa de nos oferecer alguma confiança em continuar vivendo aqui.

Pobre população que envelhece curvada sob a maior carga tributária do planeta e da história e ainda se submete à ridícula e manipulável urna eletrônica para escolher seus principais mandatários. Cargos obtidos através de campanhas milionárias patrocinadas por dinheiro de origem escusa e mal cheirosa. Nos tornamos o alvo maior das piadas mundiais que grassam pelas redes sociais. Ser brasileiro passou a ser motivo de vergonha pelos descaminhos trilhados por esta minoria organizada e desavergonhada.

Até nosso inquebrantável otimismo balança e fica indeciso quanto à possibilidade de entregar um país melhor a nossos filhos e netos mas a sonhada luz no fim do túnel insiste em não aparecer. A peste instalada é mais resistente do que parecia e sua erradicação mais difícil do que se imaginava. Antídotos são neutralizados pelo poder corrupto instalado e coberto de garantias legais. Lideranças sérias são ofuscadas. Oportunistas se aproveitam e nadam de braçada.

Até quando? Quanto tempo ainda esperaremos para começar o expurgo? Quantos irmãos nossos precisarão morrer nas filas de nossos hospitais sucateados? Quantos mais outros irmãos precisarão morrer nas nossas estradas abandonadas? Por quanto tempo ainda a milícia do mal continuará ganhando as batalhas travadas com nossa heroica e desaparelhada resistência? Quando sairemos dos últimos lugares da fila mundial da educação?

Que horror!

A alternativa parece ser um apego cada vez maior no outro tema supra citado e aqui evitado: a religião. Se nossas forças terrenas parecem ser ineficientes para lutar contra esta quadrilha, busquemos o auxílio das hordas celestes para que seus santos e anjos se alistem no nosso exército. Se os maus são mesmo minoria, unamos a nossa maioria numa corrente mental positiva que evite os bons resultados dos mal intencionados e encaminhe o futuro para dias mais azuis, mais justos e mais felizes.

Amém.

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