APRENDENDO E ENSINANDO COM O TEMPO

O tempo, inexoravelmente, vai passando e quem se preocupa em bem aproveitá-lo aprende com cada fato, cada circunstância, cada ocorrência, alguma coisa útil para ser utilizada ao longo da vida ao resolver problemas pessoais ou de alguns alguéns próximos. Este aprendizado é permanente, constante, variado, imprevisível e também de uma riqueza não só enorme mas inesgotável. Este mesmo tempo, que ensina, oferece oportunidades de compartilhar o que se aprendeu com quem tem necessidade de alguma ajuda para sair de eventuais dificuldades.

A vida é uma riquíssima sala de aula onde mudamos de personagem a cada momento sendo mestre e aluno em troca contínua e permanente. Como é bonito e saudável viver um dia onde aprendemos algo com alguém até mais jovem e, de repente, conseguimos ensinar algo a outro alguém de qualquer idade.

Ao nos depararmos com jovens casais vivendo a experiência do primeiro filho, vestimos sua pele e viajamos no tempo em que estávamos exatamente na sua situação. É evidente que todos nós queremos ser os melhores pais e mães para nossos pequeninos mas como damos cabeçadas e apanhamos com a inexperiência.

Uma regrinha básica que o tempo ensina, prova e comprova é que precisamos ensinar os verdadeiros significados de certas palavrinhas mágicas. Um dos melhores exemplos é a palavra não. É uma palavra definitiva que precisa ser usada com parcimônia e, muitas vezes, é preferível até ser evitada. Definitivamente seu significado não pode nunca ser entendido como talvez, ou como qualquer outra coisa que não seja, simplesmente, um sinal de negativa definitiva. Como é comum ouvirmos um(a) genitor(a) novato(a) dizer: Júnior, não faça isso, e a criança ignorar completamente o comando verbal. Será, brevemente taxada de desobediente, rebelde, malcriada e pagará por um pecado que não é só seu pois foi ensinada a não respeitar os comandos dos pais que não foram capazes de ensinar corretamente o simples significado de uma simples palavra. Como esta criança reagirá quando for trabalhar em equipe e ter de reagir corretamente a certos comandos? Muitas vezes, nós pais, aprendemos tarde demais.

Muita criança se torna desobediente por não ter tido a oportunidade de vivenciar nenhuma consequência  entre as atitudes de aceitar ou ignorar qualquer comando recebido. Ou seja, a palavra utilizada para dar o comando não teve um significado único podendo ser assumida pela criança ouvinte com o significado que melhor lhe aprouvesse.

Nós esquecemos rapidamente as experiências iniciais como ser vivo pois nascemos com um cérebro poderoso e um espaço de memória completamente vazio, o que nos torna ávidos por informações  e nos faz extremamente curiosos. Precisamos preencher este espaço com informações corretas e precisas para podermos usufruir adequadamente o conteúdo deste enorme armazém e nossos pais são nossos primeiros parceiros nesta empreitada.

Toda criança saudável é curiosa, corajosa, destemida, impulsiva. A natureza a fez assim e este armazenamento contínuo e inexorável desde o instante mágico da concepção faz parte de sua preparação para o crescimento e para a sobrevivência num mundo cada vez mais desafiador.

Qualquer pessoa que se proponha a ensinar algo, precisa antes, aprender corretamente o significado daquilo que pretende compartilhar para poder ter um mínimo de certeza que sua informação tenha sido absorvida  exatamente da forma prevista. O problema é que agir assim dá trabalho. Muito trabalho, persistência, paciência, perseverança, insistência e, naturalmente, vontade e energia.

Será que todos nós estávamos preparados para assumir a missão mais importante de nossas vidas?

Orientamos bem nossas crias ou simplesmente as pusemos no mundo e os deixamos aos cuidados da Mãe Natureza num cômodo “Salve-se quem puder…”?

Alunos seremos sempre mas para ser professor, o buraco é mais em baixo.

Vamos dar aos nossos descendentes o melhor que eles  possam ter para serem felizes e realizados.

Afinal, eles merecem.

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